Você conhece o Design Inclusivo?
O Design Inclusivo é um termo usado para descrever a criação de ambientes que "incluem" aqueles que necessitam de um design que promova acessibilidade.
O Design Inclusivo não é uma lei, mas sim uma consideração. A comunidade autista tem necessidades muito específicas para seu ambiente. Os estímulos ambientais podem ter consequências negativas em seus resultados social e comportamental ou simplesmente deixá-los desconfortáveis em seus espaços de convívio. Com soluções de design posicionadas, um indivíduo autista pode receber alívio onde normalmente sensibilidades sensoriais causariam dor, confusão e ansiedade. É possível desenvolver uma sala multi-sensorial doméstica cujos seguintes benefícios estão comprovados:
- Aumentar a concentração e atenção focada;
- Desenvolver ou reativar os sensos da audição, visão, olfato, tato e paladar;
- Elevar a consciência e melhorar o estado de alerta;
- Melhorar e desenvolver a coordenação motora;
- Promover o desenvolvimento cognitivo pelo aumento da função cerebral;
- Incentivar os participantes a explorar seu ambiente;
- Proporcionar segurança;
- Ser uma atmosfera sem restrições, onde os participantes se sintam capazes de apreciar a si mesmos;
- Melhorar a criatividade;
- Estimular o uso de blocos de construção sensorial;
- Desenvolver o senso de causa e efeito;
- Desenvolver a linguagem;
- Promover interações sociais;
- Promover relaxamento físico e mental diminuindo os níveis de stress;
- Resultar em comportamentos de agressividade mais baixa e maior calma;
- Aumentar a oportunidade de escolha e auto determinação;
- Aumentar a comunicação e compartilhamento;
- Incentivar pacientes não-responsivos a se tornar comunicativos;
- Proporcionar alívio para a dor e fisioterapias dolorosas;
- Realçar o sentimento de bem estar e felicidade.
Adultos e crianças com autismo podem ser profundamente afetadas pelo seu ambiente físico: iluminação, cores, texturas, arranjo dos móveis, cobertura do piso, posicionamento da janela e outros. Criar ambientes para pessoas com autismo pode tornar suas vidas melhores, pode ajudar os cuidadores e pode ainda afetar o curso da doença.
Devido às condições da doença levarem à caminhos tão diferentes, prescrever um número pré-determinado de soluções de design para esses ambientes pode vir a ser contra produtivo. Por exemplo, algumas pessoas que sofrem da desordem poderiam apreciar a luz natural e seriam beneficiadas pela instalação de lâmpadas solares; outras, muito sensíveis à luz, poderiam estar mais acomodadas em um quarto com sombreamentos.
Assim, como são hipersensíveis à luz, som ou barulho, muitas crianças do espectro são hipersensíveis à textura de objetos físicos. Uma criança pode ser atraída por superfícies brilhantes, escorregadias, enquanto outra pode achar uma superfície ligeiramente abrasiva insuportável ao toque. Não há nenhum ponto ideal entre estes dois extremos, mas favorecer tecidos e materiais naturais pode ajudar a encontrar um meio termo.
A comunidade do Design Para o Autismo também discute o valor do espaço restrito versus espaços maiores. Algumas crianças do espectro temem espaços maiores, espaços abertos e, por exemplo, nunca se arriscariam a ir em um shopping center. Outros, todavia, não gostam de contato íntimo, o que seria melhor trabalhar em espaços maiores.